#01: tá, mas por quê?
pra quê, né? esse mário tá inventando coisa já. na newsletter de hoje eu tento elaborar alguns motivos do porquê eu estou criando o "flores dormem". tempo de leitura aproximado: 7 minutos.
oi pessoal!
Começar a escrever isso é engraçado. Considerem essa primeira postagem (é assim que nós newsletteros chamamos?) como uma forma de convencer, a mim mesmo, do porquê tô começando esse projeto.
1. O desejo de colocar algumas coisas pra fora
Eu gosto muito de como algumas pessoas existem na internet, principalmente artistas. Alguns dos meus favoritos têm uma forma de compartilhar pensamentos e processos de um jeito que acaba me instigando: eles conseguem criar um mistério, uma distância1, apesar de estarem ali se abrindo - o que geralmente parece trazer um maior interesse às obras (ao menos eu me sinto mais interessado). A newsletter acaba se assemelhando muito ao virtualmente finado blog, apesar de seus modelos diferentes (inclusive a newsletter não é exatamente uma novidade e já tá aí há algum tempo).
eu comecei a ter um acesso mais frequente a internet ali pelo ano de 2010, época em que o blog meio que bombava. Porém, aos 13 anos pouco me interessava pelo quê alguém tinha a dizer (a ideia de LER numa tela? já não basta a escola?), eu tava mais ocupado assistindo anime ou passando mais tempo do que eu devia no colégio (eu estudo em tempo integral desde o 7º ano do ensino fundamental).
ironicamente, esse desejo começou a me rondar há alguns anos. uma vontade de mostrar a quem tem interesse (tópico 2) mais sobre mim, meus processos e/ou minhas obras, visto que eu já não consigo escoar isto para o instagram ou o twitter - vamos fingir que este ainda é o nome daquela rede social. Aliás, “não consigo” passa por alguns lugares, e se eu posso me corrigir, talvez eu queira dizer “não me sinto a vontade”. honestamente sinto (e levo isso pra terapia por vezes) que eu vou tá incomodando as pessoas que me seguem ao trazer algumas questões minhas a público.
o meu projeto para hirosite tá em andamento há algum tempo (deve demorar ainda para sair) e uma das ideias é ter um espaço para blogar. a depender do que essa newsletter se torne, caberia talvez incorporar ela por lá (jogando ideias em associação livre enquanto escrevo aqui).
2. quem tá aqui, meio que tá por vontade própria
bom, quem deliberadamente resolveu assinar essa humilde newsletter provavelmente não deve se incomodar com o que eu tenha a dizer, e isso já faz com que eu me sinta bem mais a vontade.
a ideia é esse ser um espaço para honestidade e como tal, já deixo claro que tô bem inseguro sobre o que posso acabar colocando por aqui. um dos maiores medos que compartilhei com quem têm me ouvido é: “eu não quero que as pessoas pensem que eu sou prepotente”, eu não tenho nada megaimportante pra dizer ou uma lição a ensinar, sendo honesto. é um desejo simples de querer colocar umas coisas pra fora, falar a quem quer ouvir e isso acabar sendo uma forma legal de conexão nesse miniespacinho cibernético.

3. é um exercício de escrita
uma opinião sobre mim (que eu mesmo inventei) era a de que eu me expresso com imagens e não com texto. bobagem! mas confesso que é muito mais fácil pra mim sentir com essas ideias mais abstratas e imagéticas do que sentir algo definido com essa ferramenta linguística engraçada que a gente inventou. um bom amigo meu já me disse algumas vezes que eu preciso ler mais pra escrever mais, mas eu nem acho que seja isso que falte exatamente (eu até que leio com uma frequência relativamente boa).
escrever mais é um desejo antigo (dá pra ver que eu tenho muito a aprender ainda!) e eu acho que esse espaço aqui vai se tornar propício pra isso. eu acabo pecando muito na poética das coisas, ao meu ver. e eu acho que as palavras podem ser importantes nessa ideia de dar contorno aos sentimentos (e ser capaz de traduzir isso pra arte, ou não)
4. por vezes, aqui será um espaço para compartilhar conhecimentos
muita gente acaba me perguntando algumas coisas parecidas sobre fotografia analógica e meios para que se possa fotografar com filme em Manaus. Eu usualmente tenho uma vontade grande de compartilhar esses conhecimentos, sendo um exemplo disso quando no ano passado preparei um pequeno guia ao lado da minha entrevista para o PodGuaraná. Pretendo em breve colocar por aqui uma versão atualizada disso.
quando fizer sentido, também quero trazer algumas coisas mais técnicas, caso haja interesse.
5. é MUITO mais fácil pra mim fazer isso do que me filmar falando
eu ATÉ posso ter ideias pra vídeos no youtube, eu até poderia TENTAR me filmar falando nos stories do Instagram. eu admiro muito para quem funciona (vídeos no YT e stories do instagram são literalmente o que eu mais assisto na vida) mas eu não tenho conforto e nem a espontaneidade necessária pra botar a cara na câmera e fazer isso. e nem me faça falar sobre ter um podcast! impossível pra mim…

6. eu quero compartilhar mais da minha vida sem me preocupar muito
às vezes eu formalizo demais alguns processos, eu quero chegar aqui e mostrar o que eu tô fazendo, de forma mais crua mesmo, mostrar fotos que fiz, mostrar os projetos no quais estou trabalhando, etc.
inclusive, aqui vai ser um espaço para compartilhar com vocês mais sobre o projeto celofane. O produto que vai sair disso já tem outro nome, mas aqui internamente vou chamar assim até poder anunciar. A falta de formalismo (e o universo reduzido que é aqui) permitem que eu possa mostrar o que tem rolado, nesse que é o meu grande projeto artístico até aqui (ou ao menos o meu favorito), sem precisar gravar um vídeo nos stories, olha só!
a ideia do “flores dormem” gira em torno desses fatores mencionados acima. espero que a gente possa se divertir nesse processo :)
ficha técnica (ou momento “eu vou explicar tudo para os geeks”)
essa sessão de leitura é opcional. é uma ficha técnica com um título inspirado pelo trecho de “Vanderlyle Crybaby Geeks”, música do The National, que é uma de minhas bandas favoritas (certamente a que mais escutei e que muito me inspira de 2017 pra cá).
Foto de Capa:
Câmera: Canon AE-1 Program
Lente: Canon FD 50mm f1.8
Meio utilizado: película de 35mm (filme 135)
Filme utilizado: Fuji Superia Xtra 400. A foto faz parte do rolo #086, que vai de 17 a 26 de setembro de 2021.
Giulia em Balbina, 2021:
Câmera: Canon AE-1 Program
Lente: Canon FD 50mm f1.8
Meio utilizado: película de 35mm (filme 135)
Filme utilizado: Fuji Superia Xtra 400 @1600 (empurrei dois pontos na revelação). A foto faz parte do rolo #090, que vai de 02 a 03 de outubro de 2021.
auto-retrato, 2019:
Câmera: Canon EOS 300
Lente: Canon EF 28-90mm f4/5.6
Meio utilizado: película de 35mm (filme 135)
Filme utilizado: Kodak Ultramax 400. A foto faz parte do rolo #028, que vai de 03 de novembro de 2019 a 03 de janeiro de 2020.
Oda e sua tatuagem de flores de cerejeira, 2022:
Câmera: Canon A-1
Lente: Canon FD 50mm f1.8
Meio utilizado: película de 35mm (filme 135)
Filme utilizado: Fujifilm C200. A foto faz parte do rolo #126, que vai de 01 a 07 de maio de 2022. Dá para perceber um vazamento de luz, que se devia a mal vedação nessa câmera, que eu só fui descobrir após alguns rolos, infelizmente.
flores que em algum momento dormem na avenida das torres, 2021:
Câmera: Mamiya 645 Super
Lente: Mamiya Sekor-C 55mm f2.8
Meio utilizado: película de médio formato (filme 120, em 6x4.5)
Filme utilizado: Kodak Portra 400. A foto faz parte do rolo #095[120-10], que vai de 24 a 29 de outubro de 2021.
flores que dormem #01
sessão extra. não fixa ainda. pode conter foto aleatória que faça sentido (ou não)
deixo aqui o meu muito obrigado a todes que conseguiram ler até aqui ✿. ficarei grato com as opiniões de vocês (pode comentar na página no substack ou me mandar um email em mhirotoshiphoto@gmail.com, fica a vontade c:)
a gente se vê na próxima edição de flores dormem ✿! (que por sinal já está escrita hehe)
(contraditoriamente, hoje eu percebo que se expor por textos longos parece mais distante do que botar a cara num story do instagram por rápidos 15 segundos)
mario vc é mto engraçado onde eu assino para receber um email teu todo dia???