#02: rebobinando – agosto de 2023
o primeiro episódio da sessão "rebobinando", com foco no mês de agosto (sim eu sei que já estamos entrando em outubro... sou atrasado ok) e como ninguém merece um mês com cinco semanas úteis...
tempo de leitura estimado: 8 minutos (porém com muitas fotos!)
minha atividade na internet desde sempre observa muito o passado. a sessão "rebobinando" nessa newsletter vai ser uma pequena retrospectiva (talvez de cada mês!): um dump de fotos; os lugares que fui; o que assisti e com quem eu cultivei memórias. essa postagem talvez fique um pouco longa e quebre o seu e-mail. você também pode sempre ler pela Substack, clicando no botão “READ IN APP” ali no canto superior direito :)
em manaus…
nossa cidade recebeu dois eventos culturais muito interessantes no mês de agosto, começando pelo CURA (Circuito Urbano de Artes), entre os dias 2 e 12 do mês. O evento nasceu em Minas Gerais e teve a sua oitava edição realizada em Manaus, através do CURA Amazônia, que reafirma o seu compromisso com o legado artístico dos povos originários. No evento, foram homenageados três artistas indígenas e amazônicos: Denilson Baniwa, Olinda Silvano e Jaider Esbell, que faleceu em 2021 e teve a sua instalação “Entidades” ocupando o Teatro Amazonas. A escultura representando a figura da Cobra Grande (foto abaixo), com inspiração na simbologia do Povo Makuxi. Mais detalhes sobre o evento e parte das infos foram retiradas deste link.
além disso, tivemos também a Glocal Experience Amazônia, já no fim do mês (entre os dias 26 e 28), evento que promoveu diálogos, encontros, oficinas e muita cultura. A Glocal trouxe, gratuitamente, shows de artistas como Luedji Luna, Maria Gadú, os Bois de Parintins tocando com a Amazônia Filarmônica, o Rap Amazônia (com Rafa Militão, Karen Francis, Victor Xamã, Kurt Sutil e Cronixta), além da Luneta Mágica, em seu primeiro show com banda cheia em Manaus em três anos.
Assisti a maioria dos shows e me diverti muito, tanto como espectador quanto como fotógrafo (cobri o show da luneta!! foi massa e merece um post dedicado aqui que logo mais eu faço). O show da Luneta me arrepiou e enquanto fã foi lindo demais. O da Lueji foi de atravessar, ela é gigante no palco! Ela ainda chamou o Victor Xamã e cantaram juntos “Vigésimo Andar”! A Karen Francis (gigante!) também subiu ao palco com a diva. Absurdo.
em são luís (maranhão) + bragança (portugal)…

em agosto comemora-se o mês fatografia! eu e Clara Nogueira (minha parceira minha namorada minha diva) participamos de uma fotoprojeção que rolou pelo NUPPI (Núcleo de Pesquisa e Produção de Imagem da UFMA), simultaneamente em São Luís, Maranhão (no espaço Chão SLZ) e em Bragança, Portugal (no Laboratório de Artes na Montanha - Graça Morais), no dia 19 de Agosto.
foi uma experiência muito boa. o tema era “memória e impermanência” e a seleção de fotos que escolhi pode ser vista abaixo e é uma mini-série/ensaio nomeada “até eu acordar”, como fotos feitas com filme analógico de 35mm entre 2019 e 2022.
onde (e com quem) eu estive…
daqui pra baixo é quase um dump, conforme vou inserindo as fotos, em ordem cronológica, vou também fazendo comentários mínimos.


O vídeo acima é a única filmagem que eu fiz de um JAZZ que rolou em Agosto no meu bar favorito hoje, o Bar Rigudos.






o que eu assisti…
em agosto eu assisti 3 ou 4 filmes (se você considerar “Twin Peaks - The Return” como um filmão de 18 horas separado em 18 partes, que nem a Cahiers du Cinéma, então são quatro). Eu ainda não tinha visto “The Worst Person in the World” e gostei muito! acho que tudo que podia ser dito sobre esse filme foi extensivamente falado em 2021 e tô feliz que ele existe.
também vi o clássico japonês "House” de 1977 e foi TÃO divertido, nunca achei que um filme de terror poderia me divertir tanto, é um sonho muito doido. depois a gente esse vídeo falando sobre como a filha de 10 anos do Nobuhiko Obayashi a escrever o filme - não me aprofundei mais depois disso.
no fim do mês, eu vi o documentário “The Art Life”, sobre o David Lynch. O documentário não se intromete muito em tentar justificar o porquê do diretor ter se tornado quem se tornou e deixa o próprio ir contando uma narrativa quase linear. Eu gostei muito, obviamente. A última fala do Lynch nele é tão bonita... me transmitiu uma sensação muito genuína, sobre um prazer em criar.
O filme cobre os eventos do nascimento (inclusive estranhei muito o fato de terem filmagens dele criança! no começo dos anos 50), até o Lynch começar (mais ou menos) Eraserhead (1977). Ele também compartilha e tem momento muito bonitos com Lula, a filha mais nova do diretor, nascida em 2012. Eu recomendo a quem gostar, ler a biografia dele “Room to Dream" que expande bem mais as linhas de pensamento (óbvio, é um livrão e não um filme de uma hora e meia) e vai até os dias de hoje acompanhando o autor. Bom demais, ainda não terminei porque cheguei na parte de “Straight Story”, que eu ainda não vi :P
eu tenho dificuldade de acompanhar séries e tendo a ver elas de um jeito meio espaçado, mas esse ano eu até que tenho visto muitas! no mês de agosto, eu comecei:

a primeira temporada de “Acorda, Carlo!", animação nacional do Copa Studio para a Netflix. Tô há dois meses divulgando com muito gosto a série, um trabalho absurdo!!! Em muitos momentos eu inclusive achei melhor que “Irmão do Jorel", que também adoro.
a série “Os Outros”, da Globoplay. Gostando até aqui, não terminei ainda.
a gente viu também um episódio de “Xuxa, o Documentário", lançado esse ano, também na Globoplay. Eu não fazia ideia do tamanho da rainha! A série tem muito material de arquivo e isso é massa, mas não demos continuidade depois (quem sabe a gente volte)
comecei a segunda temporada de “Painting with John”, da HBO. A segunda temporada parece ter menos ideias e tô achando mais arrastada que a primeira. Dito isso, o jeito de contar histórias (absurdas, inventadas ou não) do John Lurie segue sendo bem tranquilizante. O deboche dele com o fato da HBO dar dinheiro pra ele poder fazer episódios onde, durante cinco minutos, ele faz apenas barulhos imitando cavalo, chega a ser hilário (imagem abaixo).
comecei “Severance” (ou “Ruptura”), na Apple TV. essa série tem me pego muito nos seus absurdos. Já é uma das melhores que vi nos últimos tempos.
segui vendo a segunda temporada de “Atlanta”, na Netflix. Segue brilhante!!! Mas que temporada triste. Queria muito ver eles felizes.
E por último, mas não menos importante, eu terminei de novo “Twin Peaks”, reassistir a terceira temporada foi bem mais legal agora tendo uma leve noção do que acontece. Mas o final vai seguir me assombrando eternamente, apesar dessa vez eu ter tido uma interpretação um pouco diferente do que quando vi a primeira vez. Time and time, again…

flores que dormem #02
poxa deu mais trabalho do que eu imaginava reunir essa sessão “rebobinando”, mas fiquei satisfeito com relembrar! talvez tenha sido cansativo esse formato né? to aceitando opiniões e sugestões viu <3
talvez pros próximos seja interessante eu quebrar o de foto e o de assistidos em duas postagens diferentes, não sei, fica aí a ideia.
e a “flor que dorme” dessa vez é alguma na coroa de flores da vela pedro pascal que a Thalee ganhou de aniversário das amigas dela! foto abaixo, parabéns flor que dorme na coroa de flores da vela pedro pascal que a Thalee ganhou de aniversário das amigas dela!
Fiquei pensando aqui sobre uma coisa que a minha analista disse que o desejo de dormir é o único desejo real do indivíduo. As flores que dormem desejam o real, um tempo a mais de vida. Se elas dormem, elas acordam e vivem de novo. Elas são as belezas da natureza, que parecem durar tão pouco para nós pobres humanos, mas elas que nos vêem como algo passageiro, como um instante que só pode durar através das fotos.